Jovem, que propõe um modelo de produção integrado, tecnológico e
sustentável com a produção de peixes, frangos e hortaliças, está em
busca de parcerias.
Que tal uma propriedade que seja
modelo de produção integrada, com culturas diferentes, cada uma
contribuindo para o desenvolvimento da outra? Pois esse espaço existe em
Capanema, no Pará, e foi criado por Edivaldo Júnior, ex-participante do
programa CNA Jovem, do Sistema CNA/SENAR. Com o nome Projeto Agroeduca:
Produzindo para o Futuro, o jovem propõe um modelo de produção
integrado, tecnológico e sustentável com a produção de peixes, frangos e
hortaliças.
“Iniciei o projeto durante o programa
CNA Jovem, quando nossa equipe pretendia falar sobre ‘educação: o que o
mundo pode ensinar ao campo brasileiro’, e uma das principais motivações
que me levaram a tocar o Agroeduca foi o Programa de Mentoria que
participei logo após o CNA Jovem. Como a proposta inicial era macro e
faltavam recursos para inicia-la, aproveitei as características da
produção de hortaliças da minha região e comecei a tocar o projeto com
recursos próprios no meu município. A ideia era criar uma mini
propriedade rural didática em parceria com escolas, onde os alunos
pudessem aprender sobre as atividades do campo com interação nas
disciplinas”, explica Edivaldo.
A iniciativa é inovadora no estado, que
concentra boa parte da água doce do planeta e possui potencial para
produção de peixes. O sistema é voltado para pequenos espaços porque
otimiza o tempo de produção e proporciona mais resultados, o que faz com
que se diferencie do sistema tradicional, argumenta Edivaldo Jr. “Além
de obter resultados mais significativos com menor consumo de água, menos
mão de obra e produtos livres de defensivos agrícolas. A ideia é
mostrar que mesmo em pequenos espaços é possível se produzir de forma
rentável e eficiente.”
A integração das culturas começa com o
frango sendo produzido em sistema semiconfinado, com a produção de carne
e da cama aviária, que depois é utilizada como base do composto para as
hortaliças, que por sua vez são produzidas em sistema de mulching
(cobertura de solo) e com fertirrigação por gotejamento, utilizando a
água dos peixes que são criados na propriedade em aquapônia. Edivaldo
toca o projeto com a mãe, que recentemente concluiu junto com ele o
curso Técnico em Agronegócio do SENAR.
“A produção dos peixes é o coração do
sistema, pelo fato de produzir os nutrientes necessários para o
desenvolvimento dos vegetais, pois os mesmos excretam amônia e, quando
metabolizada no sistema de filtragem, é transformada em nitrato para
assim ser distribuída nas plantas. Como também os demais nutrientes
dissolvidos na água após a metabolização nos peixes, os resíduos servem
de fonte nutricional para os vegetais. Dentro da unidade experimental
que fica localizada em uma área de 160m², temos a produção de
aproximadamente 200kg de peixes por ciclo de oito meses aproximados, 400
maços de hortaliças por ciclo de 45 dias e 50 frangos caipirão a cada
90 dias”, conta o técnico que também é biólogo. Os produtos começaram a
ser comercializados na vizinhança e entre os participantes do projeto,
mas a ideia de Edivaldo é criar pequenas feiras futuramente para vender a
produção.
Ao lado de 25 alunos de Agronomia,
Ciências Biológicas e Administração da Universidade Federal Rural da
Amazônia que estagiam no projeto, Edivaldo Júnior quer adequar as
tecnologias à região e difundi-las para as comunidades. “Queremos
implantar as unidades em escolas e comunidades da região, com o objetivo
de fomentar a produção agrícola e difundir essas tecnologias que são
pouco empregadas em nossa região. Hoje já temos a promessa de implantar o
modelo em um abrigo para idosos, duas comunidades rurais e duas escolas
de educação básica.”
Parcerias
O Agroeduca: Produzindo para o Futuro
conta ainda com a parceria do Núcleo Regional Bragantino do SENAR Pará,
que oferece as capacitações necessárias para o desenvolvimento das ações
em Piscicultura, Horticultura, Avicultura e Administração rural e
empreendedorismo. Os cursos de Formação Profissional Rural (FPR) são
ofertados para os beneficiários e alunos do projeto. “Como sou instrutor
credenciado no Núcleo, fico responsável pelos cursos de Administração
Rural e de Piscicultura e mais dois instrutores trabalham a parte de
Avicultura e Horticultura”, explica Edivaldo.
O jovem conta que para ampliar o projeto
em pelo menos mais três municípios do estado, está em busca de
parcerias com associações e cooperativas da região para obtenção de
recursos. “Temos grandes possibilidades de desenvolvimento e estamos na
busca de novos parceiros para ampliação das ações. Produzir com
qualidade e responsabilidade social é a nossa marca”, finaliza.
Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR
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