Como foram os cem primeiros dias de governo e planos de Darci para o
futuro. Veja o que disse o político que pela terceira vez governa
Parauapebas.
O Blog entrevistou com
exclusividade o prefeito de Parauapebas Darci José Lermen, do PMDB. Na
entrevista, o prefeito falou sobre as realizações nesses primeiros cem
dias de governo e sobre o que está sendo planejado para o futuro, além
de política, justiça e a operação Lava Jato. Acompanhe o que disse Darci
Lermen:
Zé Dudu – Você
completou há pouco os primeiros 100 dias deste seu novo mandato. Já que
no total você tem mais de 3000 dias como prefeito de Parauapebas e uma
invejada experiência, você pode dizer que encontrou algo diferente no
que tange ao que foi implantado na gestão passada?
Darci Lermen – Com
certeza! Hoje nós temos uma cidade que está com muito mais problemas do
que quando assumimos pela primeira vez; até porque é uma cidade bem
maior e naquela época havia pleno emprego, enquanto hoje o desemprego é
preocupante. A velocidade com que se têm as informações hoje é fora do
comum. Isso por um lado é bom, na medida que você tem a informação do
problema de forma rápida, mas pode ser problema na medida em que nem
todos os que compõem o governo têm a experiência de uma gestão anterior,
já que só eu e outros poucos já participamos de outro governo. Essa
velocidade nas informações pode sobrecarregar as pessoas.
Zé Dudu – Em uma
entrevista concedida ao Blog em 2015, você me disse que se tivesse a
oportunidade de voltar a governar Parauapebas faria um governo mais
transparente. Quais ações foram tomadas pelo atual governo para que esse
seu desejo se realize?
Darci Lermen – Primeiro
que naturalmente, até pelas próprias exigências legais, essa
transparência se faz necessária. Nós costumamos sempre dar de três a
quatro meses para que cada secretário possa se acertar em sua cadeira e
em pouco tempo teremos mais clareza e o povo terá mais acesso pelo
Portal da Transparência, já que eu entendo que é fundamental que a
população tenha a possibilidade de verificar o que estamos fazendo. Uma
outra coisa importante nesse sentido é a nossa presença na sociedade.
Durante estes quase quatro meses o governo fez uma série de assembleias
nas comunidades e isso tem me possibilitado comunicar-me diretamente com
a população.
Zé Dudu – Quanto tempo será dado ao atual secretariado até que você analise quem está indo bem e quem precisa ser trocado?
Darci Lermen – A
princípio, quando você escolhe alguém, não é com pensamento de trocar. É
natural do processo que se alguém não conseguir atingir o que foi
apresentado no programa de governo este será trocado para que outro
atenda as expectativas do governo.
Zé Dudu – Essa troca envolve a garantia da manutenção do partido que indicou o secretário para a pasta?
Darci Lermen – A
princípio sim, mas cada caso é um caso que deverá ser estudado, até
porque nem todos os secretários são indicações de partidos.
Zé Dudu – Durante toda a
campanha do ano passado você pregou que o seu governo seria um governo
de oportunidades. Quais ações já foram feitas e quais ainda serão
realizadas por você para que isso não fique apenas na promessa?
Darci Lermen – Desde o
dia em que fui eleito eu tenho corrido atrás de preparar a cidade para
receber grandes obras, dentre elas a macrodrenagem. Nós acertamos o
“time” certo com o BID e nossa Carta-Consulta vai ser votada no COFIEX
(Comissão de Financiamento Externo composta por diferentes órgãos da
Esfera Federal e cuja Secretaria Executiva é SEAIN/MP) do Ministério do
Planejamento no final de abril, e de lá ela irá ao Senado e no segundo
semestre faremos a licitação. Esse projeto gerará cerca de 2,500
empregos e resultado na qualidade de vida das pessoas. Estamos também
fazendo ajustes finais para a instalação do Porto Seco em Parauapebas.
Estudos para isso começaram no meu primeiro governo e a viabilização
desse projeto gerará emprego e renda em Parauapebas.
Zé Dudu – Segundo o seu
secretário de fazenda, a arrecadação do município voltou a crescer. Seu
governo pretende fazer investimentos e obras ainda no primeiro semestre
ou esse período serve apenas para tapar buracos, passar um batom e
fazer caixa para o futuro?
Darci Lermen – Não
existe isso de caixa para o futuro ou batom. O que nós estamos fazendo
nesse momento é o básico para deixar a máquina rodando, o feijão com
arroz. Nós temos vários buracos para serem tampados que não são os da
rua. Eu tenho rescisões, 13º salários, energia elétrica e fornecedores
para pagar… vários problemas financeiros deixados pela gestão anterior
que nós temos que resolver. Eu não quero olhar para trás e tenho certeza
que a economia vai crescer. Estamos trabalhando para isso e esse
momento vai ser um momento novo. O que tem que acontecer é que a cidade
tem que participar desse crescimento. Não adianta a Vale vender muito se
a nossa população não for absorver os empregos. Estamos trabalhando
para que as oportunidades para a população apareçam.
Zé Dudu – “Quando você
está lá dentro, por diversas vezes você se sente encastelado. Por mais
que você não queira aceitar, mas é a verdade. No poder você tem muitos
compromissos políticos para cumprir e isso não é uma coisa muito
interessante, isso atrapalha muito”. Essa frase foi dita por você em
2015 na mesma entrevista já citada. Desta vez, para se eleger, você
conseguiu juntar outros 14 partidos e certamente fez com eles alguns
compromissos. Não são compromissos demais e que podem engessar o
governo?
Darci Lermen – Com
certeza não. Primeiro porque a condução do governo continua sendo nossa.
Segundo, quando você faz compromissos de campanha você pode fazer de
duas formas: a primeira quando você se amarra, e a segunda quando você
traz os parceiros para o governo sob o compromisso de cumprir o que foi
acordado durante a campanha e com a obrigação de seguir o planejamento,
os planos de governo organizados nas bases e plenárias. Quem não se
enquadrar com o nosso programa de governo, quem não seguir o nosso
pensamento, não continuará no governo. Compromissos não podem amarrar um
governo e hoje não temos nenhuma revolta com relação a isso.
Zé Dudu – Como anda a
sua relação com a Câmara Municipal de Parauapebas? O senhor costuma
atender as dezenas de indicações ao executivo que são produzidas pelos
vereadores ao longo do ano?
Darci Lermen – Algumas,
sim; é natural que se atenda. As que vi até agora não tem muita coisa
fora do que nós já imaginávamos fazer. Os vereadores são aceleradores do
processo. Quanto à minha relação com a CMP eu e minha equipe procuramos
manter uma relação pacífica, mas não de subserviência, com o
legislativo.
Zé Dudu – Logo após sua
eleição, surgiram nas redes sociais informações sobre os processos que
você responde na justiça. A quantas andam esses processos, você já
compareceu em juízo para prestar depoimentos e esclarecer os fatos?
Darci Lermen – Existem
alguns processos sim. É natural a um político que passa oito anos em uma
prefeitura do tamanho da de Parauapebas que alguns processos apareçam.
Mas o que dá tranquilidade a mim e ao meu grupo é que ninguém pode falar
que eu passei pelo governo e enriqueci, ou que estou atrás de riqueza.
Quem estiver dizendo isso é mentiroso. Eu não enriqueci de forma ilícita
e nem de forma lícita. Quanto aos processos, eu estou absolutamente
tranquilo e pronto a responder por eles assim que for intimado.
Zé Dudu – O governo da
oportunidade pretende realizar concurso público para os cargos que hoje
são ocupados por quem trabalhou na campanha?
Darci Lermen – Tipo que cargos?
Zé Dudu – De janeiro
para cá, o seu governo admitiu mais de 1000 novos contratados; muitos
deles participaram de sua campanha. Você pretende fazer concurso para
legalizar a situação desse pessoal?
Darci Lermen – Fazer
concurso para ASG, vigia? Seria muita covardia com pessoas que trabalham
há muito tempo aqui. Eu sei que isso pode repercutir mal, mas os
pequenos precisam ser protegidos.
Zé Dudu – Você disse
que no segundo semestre começará a alavancar as obras no município. Você
pretende incluir no edital alguma cláusula que obrigue as empresas a
contratar os trabalhadores de Parauapebas, entre eles esses que hoje são
contratados da PMP?
Darci Lermen – Essa
lógica não é assim, mas, na medida que você contrata uma obra grande
você tem pedreiro, vigia, carpinteiro, armador… Você tem diversos
profissionais que podem naturalmente migrar para essas empresas, já que
os salários serão melhores. Esse é um processo natural.
Zé Dudu – Nesse tempo,
sua gestão pretende implantar algum projeto que qualifique esse pessoal
para os cargos na iniciativa privada que por ventura surgirem?
Darci Lermen – A Câmara
Municipal de Parauapebas votou o Projeto Frente de Trabalho, que vem
desde a gestão anterior, e esse programa vai ajudar a dar uma boa
dinâmica de emprego na cidade no sentido de contatar pessoas para
trabalhar no combate à proliferação de mosquitos, na limpeza de ruas e
quintais, etc. Nós pretendemos contratar bastante gente para isso.
Zé Dudu – Ano que vem
teremos eleição para o governo do Estado. Parauapebas certamente será
protagonista nessas eleições. O senhor apoiará o candidato do seu
partido, Helder Barbalho mesmo estando ele com o nome envolvido na
Operação Lava jato?
Darci Lermen – Eu sou
partidário! O partido que eu estou tenho que apoiar. O Helder me disse
pessoalmente que todos os recursos que ele recebeu foram contabilizados e
que tudo será esclarecido. Eu acredito que tudo vai ser esclarecido
para que nós possamos elegê-lo governador.
Zé Dudu – O governo pretende lançar ou apoiar algum candidato da cidade para deputado federal e estadual?
Darci Lermen – Eu
acredito que ter deputado representando nosso município é muito
importante, e no tempo certo trataremos disso. O governo, a prefeitura,
não apoiará nenhum candidato, mas, eu pessoalmente apoiarei algum
candidato assim como meus secretários deverão apoiar alguém. Isso vai
gerar um debate grande para escolhermos candidatos daqui.
Zé Dudu – Para finalizar, qual a sua opinião a respeito da Operação Lava Jato no geral, sem contextualizar com político A ou B?
Darci Lermen – É uma
operação que sacudiu o Brasil. Estou na política há alguns anos, mas em
momento algum eu acreditava que a situação estivesse nesse nível. No
nível de uma empresa como a Odebrecht mandar e desmandar no país.
Zé Dudu – Alguma empresa manda no seu governo?
Darci – Não, já tentaram, mas não conseguiram!
Zé Dudu – Darci, eu
quero parabenizá-lo pelo seu 52º aniversário, que acontece amanhã (19), e
desejar muito boa sorte ao governo e que você consiga fazer de
Parauapebas uma cidade cada vez melhor…
Darci – Eu que quero
agradecer a ti e a todos que são construtores dessa cidade. Eu vejo
muita gente que chegou aqui e cresceu, depois quebrou e está crescendo
de novo, renascendo das cinzas. Eu espero que Parauapebas também renasça
e que a população tenha a consciência do que é público e do que é
privado. Só assim Parauapebas crescerá e se tornará uma boa cidade para
se viver.
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