Procurador-Geral do MP do Pará afasta Nelson Medrado da coordenação do Núcleo de Combate à Corrupção e à Improbidade Administrativa
A Coluna Diário do Pará de hoje vem a notícia de que o Procurador-Geral do Ministério Público do Estado do Pará, Gilberto Valente Martins, afastou do cargo de coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção e à Improbidade Administrativa o procurador de Justiça Nelson Medrado, que investigou e processou o governador tucano Simão Jatene pelo escândalo do Betocard, como ficou conhecido o esquema da venda de combustíveis para a frota estadual pelos postos de Alberto Jatene, o Beto, filho do governador.
Segundo na lista tríplice votada em março pelos membros do MP e nomeado em seguida pelo governador, Martins comunicou a decisão a Medrado na sexta-feira numa conversa nervosa.
O colunista segue informando que o chefe do MP afirmou ao procurador, notabilizado por investigar autoridades com foro privilegiado por delegação dos antecessores de Martins, que vai assumir o Núcleo daqui a 20 dias, quando voltar de férias. A justificativa apresentada pelo procurador-geral foi a de que Medrado está legalmente impedido de ficar no cargo porque responde a PAD no MP e porque ele deseja conduzir pessoalmente as investigações. Acredite se quiser: o PAD foi aberto a pedido do próprio governador, alegando que Medrado não tinha delegação para processá-lo. A pergunta que não quer calar: agora Jatene é quem escolhe o seu investigador e Martins estaria pagando a fatura eleitoral?
Guardadas as devidas proporções da notícia, veiculada em um meio de comunicação notadamente opositor a Jatene, a pergunta do colunista é muito pertinente. Medrado é conhecido por gostar dos holofotes, mas, salvo um equívoco aqui outro acolá, vinha fazendo um bom trabalho. Infelizmente, ainda vivemos em uma país onde “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Há muitas conveniências envolvendo a política e isso atrapalha o trabalho da justiça, da imprensa e dos próprios gestores.
A independência dos poderes deve, sempre que possível, ser preservada… Essa atitude, se veio mesmo de Jatene, é retaliadora e imoral. E com isso não podemos concordar!
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