Quem nunca ficou mal humorado depois de
uma noite de sono mal dormida que atire a primeira pedra. O cansaço e a
sonolência do dia seguinte de quem passou a noite em claro ou teve o
sono interrompido várias vezes são provas de que não dormir afeta
diretamente a saúde mental e física do indivíduo. Mas será que você sabe
exatamente o que pode estar provocando tudo isso?
É difícil dormir tranquilamente quando
se está com níveis de estresse altos ou não consegue adotar uma boa
alimentação. Porém, estudos apontam que um outro vilão pode estar na sua
mão agora: o celular . O uso do aparelho é capaz de
atrasar a sensação do sono e provocar “diminuição do estado de alerta no
dia seguinte, além de alteração na secreção hormonal de melatonina”, um
dos principais fatores que garantem uma noite tranquila.
Com o avanço tecnológico e a correria
cotidiana de quem tem uma vida bastante agitada, muitas pessoas
encontram nos smartphones praticidade para fazer quase tudo. Por isso, é
tão comum pessoas carregarem o objeto para todos os lugares, inclusive,
para cama. No entanto, ter esse hábito antes de dormir pode ser a causa
mais importante das suas noites em claro.
Para garantir a regulação do sono ,
cientistas acreditam que devem ser considerados três fatores: a
necessidade biológica de dormir, o horário em que se dorme – devido às
associações de claro-escuro no ambiente-, e o fator comportamental – que
se refere aos hábitos de cada um antes de dormir.
Pesquisa
Em busca de análisar como esse
comportamento influencia o sono, pesquisadoras da Faculdade de Medicina
da Universidade de Mogi das Cruzes analisaram como 76 estudantes de
medicina se comportam antes de dormir, tendo em vista que a qualidade de
sono desse grupo já é alterada devido à rotina intensa de trabalho e
estudo.
O objetivo do artigo, publicado na
Revista de Medicina, da Universidade de São Paulo (USP), era verificar a
alteração na qualidade e duração das horas de sono, e sonolência diurna
ao banir o uso do celular perto da hora de dormir.
Os resultados apontaram que “93% dos
alunos voluntários mantêm o celular próximo de si, 76% o utilizam mesmo
já na cama e 68% dos participantes acordam caso o celular toque, sem
contar que 79% participantes utilizam o celular por pelo menos 15
minutos após se deitar”.
Para as autoras, “com a restrição do uso
do aparelho celular por uma hora antes de dormir por um período de 15
dias, foi possível notar mudanças estatisticamente significativas no
sono dos participantes”.
Mas como o celular inibe a sonolência?
O artigo cita outros estudos científicos
que comprovam que a luz emitida pelas telas de celulares – e outros
aparelhos, como tablets, televisões e computadores – é capaz de fazer
com que o sono não venha.
Sendo assim, trazer o smartphone pra
cama antes de dormir diminui a produção de melatonina, hormônio
responsável pela regulação hormonal do sono. “A melatonina é liberada
durante o anoitecer e induz ao sono. A exposição à luz, no entanto,
inibe sua produção.”
Então, se você é desses que não deixa o
celular de lado nem por um minuto, que tal repensar seus hábitos e
tentar esquecer o aparelho por, pelo menos, alguns minutos antes de se
deitar? Afinal, com o sono garantido, a disposição para aguentar suas
maratonas de séries, acompanhar todas as novidades nas redes sociais,
responder e-mails, fazer compras e conversar com seus amigos também
estará renovada.
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