De acordo com Sérgio Ferreira, presidente da Coopmasp, esses empregos
devem ser gerados gradativamente, a medida que toda a madeira do
convênio chegue ao local.
Sem dúvidas a conquista por uma oportunidade de emprego é o anseio de
boa parte da massa de desempregados de Parauapebas. Talvez por isso o
Projeto Madeira Legal, desenvolvido pela Cooperativa da Indústria
Moveleira e Serradores de Parauapebas (COOPMASP), em parceria com a
Vale, Prefeitura e ICMbio, esteja tão em evidência, já que a previsão da
Cooperativa é que pelo menos 400 empregos sejam gerados até o final
deste ano.
De acordo com Sérgio Ferreira,
presidente da Coopmasp, esses empregos devem ser gerados gradativamente,
a medida com que os dois mil metros cúbicos de madeira, já devidamente
doados pela Vale cheguem à sede da cooperativa. “Temos em nosso pátio
100 metros cúbicos dessa madeira. Não serramos ainda pois estamos
aguardando a chegada de pelo menos duas novas cargas para termos um bom
estoque. Queremos começar a serrar e a distribuir a madeira e não parar
mais”, disse Sérgio Ferreira, acrescentando que a previsão é que a
serraria entre em total operação em 20 dias.
Segundo os dados da Cooperativa, a
matéria prima responde por cerca de 60% dos custos do móvel. Antes da
doação da Vale, os moveleiros tinham dificuldade de conseguir material
para trabalhar. “Apesar da madeira ser doada pela Vale, haverá o custo
de transporte e da serraria. Estamos tentando um convênio com a
Prefeitura para tentar subsídio com esse transporte, haja vista que
estaremos gerando emprego e renda. Se não conseguirmos fechar esse
convênio a Cooperativa vai tentar bancar esse transporte com o recurso
da serraria”, afirmou o presidente.
A Coopmasp conta com 90 moveleiros que
deverão receber pouco mais de 15 metros cúbicos de madeira, do total
doado até então. Eles deverão arcar com o custo da serraria. “A ideia é
que essa madeira venha movimentar o caixa da cooperativa, pois será
cobrado um valor por metro cúbico cortado. Para se ter ideia, as
serrarias de fora do polo cobram R$ 150,00 para serrar um metro cúbico
de madeira e o moveleiro ainda tem que pagar o frete. Aqui, a madeira
será cortada praticamente dentro do quintal de cada movelaria. Isto
reduzirá consideravelmente o custo”, disse Sérgio Ferreira.
A ideia da presidência da Cooperativa é
que os resultados financeiros alcançados com esses primeiros dois mil
metros cúbicos sejam revertidos em investimentos de melhoria, em
estrutura, como a criação de uma central de compras que possibilite a
aquisição de insumos, como o selador, com preço mais em conta, para os
cooperados.
“Eu acho que essa madeira está chegando
em um momento muito bom. Estamos mais conscientes, por que sentimos
falta de matéria-prima por muito tempo e hoje a gente sabe valorizar a
madeira. Nossa ideia é que até o pó de serra seja valorizado, aquele
resto que fica será utilizado em cerâmica. Os pedacinhos de madeiras,
vamos doar para os artesões de Parauapebas, queremos aproveitar ao
máximo”, afirmou Sérgio Ferreira.
Tipos de madeira
De acordo com dados da Cooperativa,
atualmente em Carajás tem mais de 40 mil metros cúbicos de madeira
retirada e na Floresta tem mais de 100 espécies, sendo que as
predominantes são: Cedro Arana, Angelim e Castanha. “Se soubermos
trabalhar isso, teremos um projeto sustentável, duradouro,
ecologicamente correto”, disse Sérgio Ferreira.
Fase experimental
Na sexta-feira (14) iniciaram os teste
da serraria do polo moveleiro. As máquinas foram todas ajustadas para
que as toras de Jatobá e Pequi pudessem ser cortadas dentro da precisão
necessária. Todo o movimento foi acompanhado por Jhonata Pereira
Bernardes, mais conhecido como Mato Grosso, que possui uma marcenaria
instalada no polo moveleiro.
“As medidas estão todas ajustadas e a
madeira está passando por um corte correto, chegando ao desperdício
zero. Essa é uma madeira sadia e dará um móvel de qualidade”, disse o
empresário entusiasmado.
A Cooperativa identificou a madeira
dentro do padrão, rodo, ponta e espécie, tomando o cuidado de seguir as
especificações das origens do Projeto Madeira Legal, além de garantir a
proteção da serra e dos funcionários. Foram serradas apenas duas toras,
cerca de quatro metros cúbicos de madeira, em fase experimental. Segundo
Sérgio Ferreira, por meio desta primeira experiência será possível
saber como proceder nos próximos cortes. (Com informações da Ascom
Coomasp
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