Cinco casos de violência sexual contra
crianças e adolescentes, em média, são registrados por semana na
Delegacia de Parauapebas. Já o Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (Creas) da cidade cuida de uma média de 80 casos, por
mês, informa a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).
São números assustadores e preocupantes
que engrossam a estatística estadual e nacional de violência sexual
contra crianças e adolescentes. Em 2016, segundo dados do Portal Brasil,
37 mil denúncias foram feitas somente ao Disque 100 de algum tipo de
violência contra meninos e meninas, dos quais 72% trataram de abuso
sexual e 20%, de exploração sexual.
Em 2016, no Pará, foram registrados
1.682 casos, segundo dados da Fundação Pro Paz, responsável por prestar
assistência às vítimas de violência sexual no Estado. Desses, 38,4%
foram casos de estupro e 23,9%, de suspeita de estupro.
Hoje, 18 de maio, é o Dia Nacional de
Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Por
meio da Semas, a Prefeitura de Parauapebas colocou nas ruas e
repartições públicas a campanha para alertar a população sobre a
importância de denunciar os criminosos. Aos pais, a orientação para que
observem o comportamento dos seus filhos.
Nesse contexto, o papel das escolas
também é muito importante no enfrentamento à violência sexual contra
crianças e adolescentes. Afinal, é nas escolas onde eles passam boa
parte do tempo. Mas como o professor pode identificar que uma criança
está sendo vítima de abuso ou exploração sexual? Como agir e proceder? O
que dizer à família?
Nesta quarta-feira, 17, a Semas realizou
palestra justamente para preparar os educadores no combate a esse tipo
de crime. Cerca de 80 profissionais, entre coordenadores e gestores da
educação infantil, compareceram ao auditório da Secretaria Municipal de
Educação (Semed), para ouvir o psicólogo André Alves, da Semas.
Antes da palestra, um momento cultural
com a apresentação da história de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Em
seguida, um grupo de pequenas alunas (Infantil V) da Escola Municipal
Cora Coralina abrilhantou o evento com a coreografia da música “Asa
Branca”.
André Alves alertou os gestores sobre
diversas situações que podem acontecer no ambiente escolar. “A ideia é
fazer algumas sinalizações, que nós acreditamos que sejam inteligentes,
referentes à atuação da escola no enfrentamento a esse crime”, disse o
psicólogo, que explicou a diferença entre abuso e exploração sexual,
orientou como identificar o abusador e que atitude tomar diante da
situação.
Para a coordenadora de educação
infantil, Edna Cruz, “todos têm o dever de combater esse tipo de crime,
que, infelizmente, permeia a sociedade. E a partir dessa palestra, nós
vamos pensar de que forma abordar o assunto em sala de aula”.
A palestra contou com a participação da
delegada Ana Carolina Abreu, da Divisão Especializada no Atendimento à
Mulher (Deam), que se colocou à disposição das escolas. “Um educador
pode salvar a vida de um aluno. É de extrema importância, vocês
detectarem os sinais ou casos e se deportarem a mim. Denunciem”,
conclamou a policial.
Diante da palestra, os gestores ficaram
satisfeitos e pretendem criar mecanismos para reforçar a educação
sexual. “É preciso conscientizarmos nossas crianças desde a educação
infantil. O nosso papel é encorajá-las a contar. Nós também podemos
servir de canal para denunciar casos de abuso sexual”, defendeu Ivana
Lira, diretora da Escola Cora Coralina
Em alusão à data, a Semed destaca a
importância do trabalho da educação sexual escolar, para que a criança
tenha conhecimento sobre seu corpo, saiba da existência do abuso sexual e
o poder de enfrentamento.
Texto e fotos: Rebeca Rosa | Semas
Assessoria de Comunicação - Ascom | PMP
Assessoria de Comunicação - Ascom | PMP
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