Durante três dias, produtores de cupuaçu
de Parauapebas, técnicos e estudantes da Universidade Federal Rural da
Amazônia (Ufra) aprenderam, com aulas práticas e teóricas, como cultivar
corretamente o cupuaçu, desde a escolha da semente, passando pelo
plantio até a poda do cupuaçuzeiro. Aprenderam ainda a combater doenças,
especialmente a vassoura de bruxa, um grande problema também para os
produtores de cacau.
O aprendizado fez parte do curso
realizado pela Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror), em
parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
entre os dias 4 e 6 deste mês. As aulas teóricas foram realizadas no
Centro de Abastecimento de Parauapebas (CAP). Ontem, 6, foi a vez da
aula de campo em uma propriedade nas proximidades da Vila Sororó, uma
comunidade localizada a 128 km de Parauapebas.
A capacitação ofereceu condições
técnicas para os produtores de cupuaçu aumentar a produção e movimentar a
economia do setor. Parauapebas está entre os municípios que mais
produzem cupuaçu no Pará.
Os últimos dados da Secretaria de Estado
de Desenvolvimento Agropecuário e de Pesca (Sedap) mostram que, em
2012, o Pará possuía uma área cultivada de 12.996 hectares, dos quais
300 hectares em Parauapebas, onde o valor anual da produção do cupuaçu
pulou de R$ 496,8 mil, em 2003, para R$ 700 mil, em 2012. Nesse período,
a produção do fruto no município saltou de 828 para 875 toneladas.
CUIDADOS E ESTÍMULO
Em 2014, o município de Belterra, maior
produtor de cupuaçu no oeste paraense, precisou da ajuda dos técnicos da
Embrapa para salvar as plantações fortemente atingidas pela vassoura de
bruxa. Em 2015, foi a vez do município de Breves, no Marajó, enfrentar o
problema, que atacou nada menos que 80% das fruteiras
A praga pode se manifestar tanto em
mudas quanto em plantas adultas, pois os fungos que atingem pomares de
cupuaçu se dispersam de forma rápida com a ação da chuva e do vento, de
acordo com o pesquisador da Embrapa, Rafael Moyses Alves, responsável
pelo curso de capacitação em Parauapebas.
A vassoura de bruxa pode atingir e
destruir até 70% do pomar, o que tem desestimulado o produtor. Algo
parecido aconteceu na propriedade do produtor Sebastião Felizardo, com
mais de dez hectares plantados e que viu a produção diminuir de 80 para
30 toneladas por ano.
“Agora, nós cultivamos o cupuaçu
melhorado com sementes resistentes, diferente do cupuaçu nativo, onde há
mais incidência da doença”, frisou ele, acrescentando que a produção
deixou de ser prejudicada com a mudança de sementes.
Sebastião Felizardo está entre os
produtores que usam um dos cinco novos cultivares de cupuaçuzeiro
lançados pela Embrapa em 2014, que apresentam resistência acima de 85% à
vassoura de bruxa.
Com a oferta de cursos de capacitação, a
Sempror objetiva aumentar a produção das mais diversas culturas, em
Parauapebas. Com aumento da produção, as consequências são emprego e
renda, além da melhoria da qualidade dos produtos.
“Nós oferecemos outro dia um curso para
os produtores de hortas urbanas. Hoje, estamos dedicados ao cupuaçu.
Queremos assim beneficiar todos os produtores do município”, frisou o
secretário de Produção, Eurival Martins.
Texto: Jéssica Diniz
Fotos: Bruno Cecim
Assessoria de Comunicação - Ascom | PMP
Fotos: Bruno Cecim
Assessoria de Comunicação - Ascom | PMP
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