Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente suas
estimativas de inflação para os anos de 2017 e de 2018 e também baixaram
sua previsão para a taxa básica de juros neste ano.
As expectativas foram coletadas pelo Banco Central na semana passada e
divulgadas nesta segunda-feira (17) por meio do relatório de mercado,
também conhecido como Focus. Mais de cem instituições financeiras foram
ouvidas.
Para o comportamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) em 2017 – a inflação oficial do país –, o mercado baixou sua
previsão de 3,38% para 3,29%. Foi a sétima queda seguida do indicador.
Com isso, manteve-se a expectativa de que a inflação deste ano
ficará abaixo da meta central para o ano, que é de 4,5%. A meta de
inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser
perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a
taxa básica de juros da economia (Selic).
A meta central de inflação não é atingida no Brasil desde 2009. À
época, o país ainda sentia os efeitos da crise financeira internacional
de forma mais intensa.
Pelo sistema vigente no Brasil, a meta de inflação é considerada
formalmente cumprida quando o IPCA fica dentro do intervalo de
tolerância também fixado pelo CMN.
Para 2017, esse intervalo é de 1,5 ponto percentual para baixo ou para
cima do centro da meta. Assim, o BC terá cumprido a meta se o IPCA
terminar este ano entre 3% e 6%.
Para 2018, a previsão do mercado financeiro para a inflação caiu de
4,24% para 4,20% na sexta redução consecutiva. O índice segue abaixo da
meta central (que também é de 4,5%) e do teto de 6% fixado para o
período.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro manteve sua estimativa de crescimento em 0,34%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos no país,
independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir
o comportamento da economia brasileira.
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano seguido e confirmou a
pior recessão da história do país, segundo dados divulgados pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para 2018, os economistas das instituições financeiras mantiveram sua estimativa de expansão da economia em 2%.
Taxa de juros
O mercado financeiro baixou sua previsão para a taxa básica de juros da
economia, a Selic, de 8,25% para 8% ao ano no fechamento de 2017.
Ou seja, os analistas passaram a estimar uma redução mais forte dos
juros neste ano. Atualmente, a Selic está em 10,25% ao ano.
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para
a taxa Selic permaneceu 8% ao ano. Com isso, estimaram que os juros
ficarão estáveis no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar
conter pressões inflacionárias. A instituição tem de calibrar os juros
para atingir índices pré-determinados pelo sistema de metas de inflação
brasileiro.
As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode
contribuir para o controle dos preços. Entretanto, também prejudicam a
economia e geram desemprego.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio do dólar no fim de 2017 caiu de R$ 3,35
para R$ 3,30. Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas
para a moeda norte-americana permaneceu em R$ 3,45.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial
(resultado do total de exportações menos as importações) em 2017 subiu
de US$ 59,5 bilhões para US$ 60 bilhões de resultado positivo. Para o
próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit
avançou de US$ 46,5 bilhões para US$ 47,8 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros
diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a
estimativa dos analistas ficou estável também em US$ 75 bilhões.
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