Uma frente de trabalho foi formada pela
Prefeitura de Parauapebas, para debater e apresentar uma proposta que
possa incorporar movimentos sociais ao trabalho executado pelo Sistema
Nacional de Emprego (Sine) de Parauapebas. São movimentos preocupados
com o índice de desemprego no município e que estão dispostos a reverter
a imagem negativa que ainda paira sobre o Sine e, assim, transformar
novamente o sistema em referência para as empresas instaladas no
município.
A criação da frente de trabalho foi uma
das deliberações de uma longa reunião ocorrida hoje, 11, entre o
prefeito Darci Lermen, os secretários municipais de Planejamento, João
Corrêa, e de Assistência Social, Jorge Guerreiro, o coordenador do Sine,
José Braz Mendonça, e representantes de seis entidades que compõem a
Comissão de Emprego e Renda de Parauapebas. Uma das propostas é criar
uma Coordenadoria de Trabalho e Renda, mas isso ainda será definido em
reuniões programadas para agosto deste ano.
“Que Sine nós queremos? Que Sine o
trabalhador deseja? Precisamos fazer um debate conceitual sobre isso. E
como os sindicatos podem participar? Se tudo for bem conversado,
definido, aí a engrenagem pode rodar”, observou Darci Lermen, para
adiantar que a prefeitura vai criar uma Controladoria de Emprego e
Renda. “A intenção é fazer o Sine andar para ajudar os trabalhadores”,
frisou o prefeito.
Jorge Guerreiro foi o primeiro a
reconhecer que a imagem do Sine entre os empresários e trabalhadores que
buscam emprego não é das melhores. As reclamações são muitas porque a
atual direção ainda não conseguiu livrar o Sine da pecha, que vem de
anos atrás, de que só atende a apadrinhados políticos. “Estamos
trabalhando muito e nos últimos três meses já melhorou. A imagem está
mudando e estamos conseguindo mais vagas para o pessoal”, afirmou o
titular da Semas.
Contudo, na reunião houve unanimidade
entre os membros da Comissão de Emprego e Renda de que é preciso montar
estratégias emergenciais para o Sine ganhar novamente a confiança da
população de Parauapebas. Para isso, o órgão vai precisar colocar um fim
na burocracia, manter diálogo constante com a sociedade e oferecer
processo seletivo transparente e imparcial.
“O Sine está sem credibilidade devido às
más gestões. E só vai sair dessa dificuldade e acessar vagas nas
empresas quando o trabalhador sentir confiança novamente porque o Sine
continua desmoralizado”, avaliou Antônio Marcos Santana, mais conhecido
como Félix, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).
Evaldo de Almeida Fidelis, da Associação
de Moradores da Palmares Sul, defendeu a descentralização dos serviços
do Sine para bairros periféricos do município. “O Sine precisa se
aproximar das bases, construir um pilar para poder ajudar o
trabalhador”, sugeriu ele.
EMPRESAS VIRAM AS COSTAS
Na reunião, não faltaram críticas às
empresas que alegam que não contratam trabalhadores de Parauapebas por
falta de mão de obra qualificada. Neuracy Freire, da Comissão de
Trabalho e Emprego de Parauapebas (CTEP), afirmou que, após muita
persistência, conseguiu empregar 86 pessoas numa única empresa, o que
seria uma prova de que falta boa vontade de muitos empregadores com a
população local.
Braz Mendonça confirmou que muitas
empresas argumentam que os candidatos não têm o perfil desejado. “Dizem
que não têm vagas, mas quando a gente vira as costas começam a
contratar”, disse o coordenador do Sine, para informar que, desde
janeiro deste ano, tem visitado uma média de 25 empresas por mês. E para
cada vaga ofertada, o sistema envia três candidatos para que a empresa
tenha opção de escolha.
O secretário de Planejamento, João
Corrêa, entende que é preciso potencializar em Parauapebas não apenas
emprego, mas trabalho e renda, com incentivo aos micro e pequenos
empreendedores. A prefeitura, lembrou ele, tem trabalhado para que as
empresas contratem mão de obra local. E as próprias obras da prefeitura,
dentro dos próximos quatro anos, vão priorizar quem reside em
Parauapebas.
Para o prefeito Darci, é preciso que o
Sine monte um banco de dados com o perfil dos trabalhadores do
município. “Quantos pedreiros, torneiros mecânicos existem? Quantos
estão desempregados? Onde moram?”, exemplificou ele, para quem o banco
vai dinamizar o Sine e oferecer confiança às empresas e trabalhadores.
Também participaram da reunião de hoje
Gedeon Martins, da CTEP, Marilene Ferreira, do Centro Comunitário
Tropical I, II e Ipiranga, Edivaldo da Silva Souza, da Associação de
Moradores da Palmares II (Asmodap), Jorge Nery, do MAM, e Elias de
Almeida.
Texto: Hanny Amoras
Fotos: Matheus Costa
Assessoria de Comunicação - Ascom | PMP
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