É necessário que o empresário se prepare bem para conseguir entregar um
produto ou serviço com diferenciação, seja no preço ou na qualidade, diz
diretor do Sebrae em Parauapebas
O fluxo de abertura e fechamento
de empresas sempre foi intenso em Parauapebas, de acordo com o gerente
da agência do Sebrae na cidade, Raimundo Nonato de Oliveira. Mas, parece
que com o aumento do desemprego e a escassez de oferta de vagas de
trabalho em Parauapebas, tem crescido o movimento de abertura de novos
negócios, principalmente no ramo de alimentação e desenvolvidos na
informalidade.
O volume de demissões tem só aumentado.
Em janeiro desse ano pelo menos 1.531 pessoas foram demitidas contra
1.036 contratações, o que resulta em um saldo negativo de 495 postos de
trabalho, conforme os dados do Caged – Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ainda assim,
até o início deste ano, Parauapebas contava com cerca de 40 mil empregos
formais, o que representa um mercado consumidor potencial.
“Há um sentimento claro de que a procura
por registro do Microempreendedor Individual (MEI) se intensificou nos
últimos anos. Creio que há uma relação direta com o desemprego. São
pessoas que pegaram um dinheiro e decidiram investir em um negócio.
Também temos observado uma procura considerável por informações a
respeito do agronegócio”, afirmou o gerente do Sebrae. Atualmente
Parauapebas conta com 5.234 empresas cadastradas como MEI, e de acordo
com o site empresômetro são 15.171 empresas formais instaladas no
município.
“Antes da crise, o mercado em
Parauapebas era predominantemente comprador. Quem teve dinheiro nesse
período para investir e produzir teve ótimo lucro. A realidade hoje é
bem diferente, temos um equilíbrio na oferta e procura. É necessário que
o empresário se prepare bem para conseguir entregar um produto ou
serviço com diferenciação, seja no preço ou na qualidade. É preciso
também investir em atendimento”, afirma Raimundo Nonato.
Ainda é viável investir no município?
“Claro que sim! Porém, é preciso estar
preparado, não dá mais para se lançar no mercado sem o conhecê-lo e sem
definir uma boa estratégia. É preciso ter um plano de negócio bem
estruturado e trabalhar para ser competitivo”, reforçou Raimundo Nonato,
acrescentando que um grupo de empresários antigos da cidade tem
reclamado muito diante das dificuldades enfrentadas para vender como
antes. Já os empresários de fora, que chegam na cidade, acham que “aqui é
o paraíso”.
“O empresário de fora chega com essa
referência de competitividade, de tirar leite de pedra, e então consegue
enxergar oportunidades de investimentos e negócios. Parauapebas é
viável, tem um grande mercado consumidor e com dinheiro. Em alguns
segmentos houve um equilíbrio entre oferta e procura, em outros um
desequilíbrio, como no caso do setor imobiliário e de materiais de
construção, o mercado saturou e quem não estava preparado teve que sair.
Quando não se está em crise, o mercado esconde pontos desfavoráveis do
negócio, em tempos de crise é preciso ser competitivo”, afirma o gerente
do Sebrae.
No segundo semestre de 2016 o Sebrae
realizou uma pesquisa nos principais municípios do Pará para identificar
os segmentos mais promissores, tendo como base o comportamento dos
consumidores, empresários locais e visitantes. De acordo com a pesquisa,
os segmentos com maior índice de oportunidade em Parauapebas são:
academias de ginástica; agência de turismo e viagens; cyber café;
empresa de vigilância; curso de língua estrangeira; curso preparatório
para concurso; curso profissionalizante; restaurante; transporte
escolar.
No caso das academias de ginástica, por
exemplo, de acordo com a pesquisa são 42 empresas na cidade, dividindo o
total de habitantes pela quantidade de empresas dá um total de 4.522
pessoas para cada academia. O percentual de consumo desse serviço é bom e
mais de 70% dos entrevistados na pesquisa tem interesse nele.
A pesquisa também realizou avaliação de
satisfação de serviços, e nesse quesito, as 10 casas lotéricas da cidade
foram muito mal avaliadas, pelo menos 32,1% das pessoas atendidas
nesses locais reclamam de insatisfação no atendimento. Um dos segmentos
que tem grande número de estabelecimentos é o de comércio de água
mineral e bebidas, são 311 no total, já curso preparatório para concurso
são apenas três na cidade.
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